A Hipertensão Arterial não se sente, mede-se
Uma vez confirmada a sua existência, devem ser realizados outros exames que ajudem a entender a sua origem ou as complicações a ela associadas.
A hipertensão arterial não controlada aumenta o risco de problemas como: acidente vascular cerebral, aneurisma, insuficiência cardíaca, enfarte de miocárdio e doença renal crónica.
Um grande número de consultas médicas e de prescrição de medicamentos deve-se a hipertensão arterial. Muito poucos dos doentes com hipertensão estão controlados, o que contribui para a ocorrência de uma maior taxa de morbilidade e mortalidade no nosso país quando associada a fatores de risco como diabetes, dislipidemia e obesidade.
Existe um determinado grupo de pessoas com uma tendência hereditária para o desenvolvimento desta doença. Contudo, fatores como a obesidade, o sedentarismo, o stress, o tabagismo e a ingestão de quantidades excessivas de álcool ou sódio (sal) na dieta alimentar podem agravar esta predisposição.
A atividade diária afeta temporariamente a pressão arterial, que é mais elevada quando uma pessoa está ativa e mais baixa enquanto uma pessoa descansa. A pressão arterial também varia com o período do dia, sendo mais alta na parte da manhã e mais baixa à noite, durante o sono. No entanto estas variações são normais.
Esta doença ocorre com mais frequência em pessoas idosas: aproximadamente dois terços das pessoas com 65 anos ou mais em comparação com apenas um quarto das pessoas com idades entre 20 e 74 anos; sendo duas vezes mais comum entre pessoas obesas do que em pessoas com peso normal.
O objetivo da terapia anti-hipertensiva é reduzir a pressão arterial para que se situe em valores inferiores a 130/80 mm Hg na maioria das pessoas. Entretanto, se a diminuição da pressão arterial para menos de 130/80 mm Hg causar problemas para a pessoa, como desmaio, vertigem, perda de memória ou tontura, os médicos podem recomendar uma meta de pressão arterial mais alta, mas não superior a 140/90. Para algumas pessoas, por exemplo, as que correm alto risco de doença cardíaca, pode ser adequada uma pressão sistólica menor.
Pessoas obesas com hipertensão arterial são aconselhadas a perder. Uma perda de peso de apenas 4,5 kg pode ser suficiente para traduzir uma redução na pressão arterial. Para as pessoas que são obesas ou que têm diabetes ou níveis elevados de colesterol, uma alteração na dieta alimentar (ou seja, uma dieta rica em frutas, legumes e laticínios com baixo teor de gordura, com teor reduzido de gordura saturada e gordura total) é importante para a redução do risco de doenças do coração e dos vasos sanguíneos. A redução da ingestão de álcool e de sódio (mantendo-se, ao mesmo tempo, uma ingestão adequada de cálcio, magnésio e potássio) pode reduzir a necessidade de medicação anti-hipertensora.
Praticar exercícios aeróbicos moderados é útil e benéfico. Pessoas com hipertensão primária não precisam de restringir a sua atividade física, desde que a sua pressão arterial esteja controlada. A prática regular de exercício ajuda a reduzir a pressão arterial e o peso e melhora o funcionamento do coração e a saúde em geral.
Estima-se que a prevalência de hipertensão arterial na população adulta portuguesa seja de 42.1%, estando apenas 39% destes doentes medicados com fármacos anti-hipertensores e só 11.2% estão controlados.
Procure o seu médico assistente, avalie a sua Pressão Arterial.
Carlos Santos, Dr
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Especialidade
Medicina Geral e Familiar
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Formação académica
2006 - Licenciatura em Medicina, no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
2007 - Ano Comum no Centro Hospitalar do Médio Ave – Unidade de Famalicão.
2008 - Internato de Medicina Geral e Familiar no Centro de Saúde de Vila do Conde - USF Santa Clara.
2011 - Especialista em Medicina Geral e Familiar
2021 - Aprovação no concurso de habilitação ao grau de consultor da carreira especial médica.
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Atividade profissional
Médico Assistente na Unidade de Saúde Familiar dos Navegantes – Vila do Conde.
Exerce atividade profissional no Hospital da Misericórdia de Vila do Conde, no Atendimento Permanente, Consultas de Medicina Geral e Familiar Programada e Exames Médico-Desportivos, desde março de 2009.
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Atividade académica